O aumento da longevidade irá transformar o futuro de todas as gerações. O Infraprev, até pela natureza de seu negócio, tem uma preocupação constante com o tema. E uma boa dica para refletir sobre o assunto é o excelente documentário Quantos dias, quantas noites, que estreou em 12 de outubro no Festival do Rio e agora pode ser assistido gratuitamente na internet. O longa-metragem investiga uma questão que toca a realidade de todas as pessoas: o envelhecimento.
No filme dirigido por Cacau Rhoden, especialistas e pensadores abrem uma discussão sobre os dilemas provocados pelo envelhecimento e debatem questões que vão desde o aumento da expectativa de vida até caminhos para o combate à desigualdade social, questões de gênero e a necessidade urgente de se estabelecer um novo conceito de idade. Clique aqui.
Estatísticas mostram um país cada vez mais velho
Dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE na semana passada (27/10), mostram que a idade mediana do brasileiro passou de 29 anos em 2010 para 35 anos em 2022. Nesse mesmo período, o país teve o maior salto de envelhecimento da população desde 1940. Em 2010, a cada 31 idosos o país tinha 100 jovens de até 14 anos. Agora são 55 idosos para cada 100 jovens.
A quantidade de jovens encolheu nas últimas décadas, passando de 38% em 1980 para 20%. No mesmo período, os idosos (pessoas com 65 anos ou mais) aumentaram de 4% para 11% da população. Os dados do IBGE mostram ainda que a tendência é o país ter menos jovens e cada vez mais idosos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) corrobora com essas estatísticas e estima que em 2030 o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo. Em 2060, serão mais velhos do que crianças e jovens.
“Todos nós, na melhor das hipóteses, vamos envelhecer. Por isso, é fundamental que os jovens também ressignifiquem o conceito de idade e de tempo”, avalia o diretor do documentário, Cacau Rhoden. “Estamos aqui diante de um manifesto pelo direito à vida, uma ode ao tempo e às ancestralidades, um testemunho da coragem de pessoas que resistem em nome de um presente e de um futuro mais dignos, que façam sentido para toda a humanidade, mesmo diante de todas as adversidades e injustiças.”
Como é envelhecer em um país de tantas desigualdades como o nosso? O que estamos fazendo coletivamente para receber essa nova realidade?